Um espaço dedicado a toda beleza em forma de som e palavras...

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Vagando

Nada mais do que eu diga, nada mais do que eu faça
Nada mais do que eu pense, nada que eu planeje
Nada do que eu sei e nada do que busco

Nada mais do que tenho e nada mais do que anseio
Nada mais do que antes e nada mais do que agora
Nada mais do que nada, e tudo se esgota

E como em um frasco perdido no mar,
minha alma acesa é soprada pra lá e pra cá
contida em redomas cristalinas, observa
observa e vê tudo virar nada, nada no mar

Nenhum sentido, nenhuma solução
Nenhum plano, nenhuma investida
Mas o lento, lento, lento acordar
Estaria o Grande Autor atendendo secretamente este pobre coração?
Estaria sua Vontade guiando sutilmente esse filete de vida para a liberdade?
Ou estaria a pobre alma do frasco navegante
fadada a encontrar a borda ilusória de uma terra plana
e em um precipício infinito abraçar seu fim?

Liberdade, em vida?
Liberdade, em morte?

Enquanto isso, sonha a chama acesa no frasco inundado de azul
queimar tão intensamente a ponto de fazer céu e mar
ressoarem em seu próprio tom

C.W. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário