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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Epopéia do interior

Vai-te de casa tão cedo
Arranca-te esse amargo do peito
Pois de amargo já teu âmago está cheio

Na esquina o bom cachorro vai
Latir pra te alcançar o som
Verdade vai te acompanhar
Na pátria aquele velho dom de acreditar na invenção
Reinventar as veredas pra se ter chão

Na árvore a beira do rio
Onde deixou escrito o teu amor
Lava nas pedras de correr no leito dos teus ancestrais
As dores que são tão só e suas
As dores que são somente suas

Lembrança é sempre um bom lugar
Saudade é lança de ferrão
No peito o santo pra guiar
De pranto a fé de benção, vai com deus
Segue feito um brado em epopéia de Camões
Pra recriar o herói em ti
Agora tens o dom do ventos
Vai voar
Vai-te tão cedo.

M.S., para meu querido pai.

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